O diário de uma Vaca!


quarta-feira, 4 de novembro de 2009

dos dias que o Sol não veio...

Eu na verdade preciso mesmo é desabafar. Já é mais de oito horas, e você ainda não chegou.
E não chegará.
É angustiante quando você espera por uma situação que você sabe que jamais (ou pelo menos por esta noite) vai acontecer. E você se apega ao fantasma de um passado não tão longe assim, você lembra das palavras, dos gestos e da voz, das brigas, das birras e das implicações. E você sente que isso de certa forma não voltará. Tudo mudou. Você tem que se adaptar. Siga em Frente.
Cara, simplesmente não dá!
É difícil cortar bruscamente um laço que para você se fazia a base de ferro, era forte, era firme, e parecia distante de ser cortado. Mas agora a distância se faz presente, e o distante não se torna perto - não tão perto quanto você gostaria que fosse. Agora não há bifurcações no caminho - na verdade, a passagem dele está bloqueada. Você está bloqueada. Seus pensamentos estão bloqueados. E tudo que você consegue é escrever, numa tentativa inútil de que a dor passe.
Mas a dor não passa.
Você lê as palavras, e percebe que elas ficam martelando, ecoando, reverberando na sua mente. Você parece gostar de sofrer. É, você é masoquista. O que é mais leigo do que fazer com que as tristezas que você tenta enterrar na mente, ou expurgá-la de dentro de si voltem à tona? Só você. Você já não raciocina, as suas lágrimas misturam-se com a saudade - o seu coração continua batendo forte, e tudo que você mais queria é que ele tocasse em frente numa marcha lenta. No entanto, o ritmo é frenético. E ele pulsa. Ele bate. Ele grita. Ele chama por um nome, até quando se dá conta de que assim como você, ele também chora.

dos dias que o Sol não veio...
4 de Novembro de 2009

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Ah, meu querido doce diário.
É triste que nem tudo é tão doce como parece, e às vezes (ou seria sempre?) também parece que há necessidade das pessoas fazerem com que eu conheça o gosto amargo do fel.
Dizem que felicidade de pobre dura pouco, e ainda que quando pobre fica feliz, é sinal de que desgraça já vem vindo. Portanto, descobri que além de podre, sou pobre.
Acho que não sou tão péssima assim a ponto de alguém inventar um pretexto ridículo, autoculpar-se de um crime que sequer aconteceu, para que eu - a Vaca justiceira - me revoltasse, e, finalmente, me afastasse.
Pois então, agora já não sei. Não seria mais simples e menos trabalhoso ser honesto e falar: Vaca, afaste-se de mim - Cale-se, Cale-se, você me deixa looooooooooooooouco! Do que apagar com soda cáustica uma coisa que eu considerava, bonita?
Hoje, são caquinhos de Vaca que estão digitando. Sei que se qualquer outro dia longe desse dia deprimente eu for realmente ler isso aqui, eu rirei. Rirei de como pude chorar por um idiota desses e mais uma vez, sofrer por amor - que é mesmo o ridículo de tudo.

Cest Finale.